terça-feira, 12 de março de 2013

II Simpósio Notarial marca 1° ano de privatização no Estado da Bahia

Cerca de 250 notários do Estado estiveram no evento promovido pelo Colégio Notarial e que debateu temas jurídicos e atualidades da atividade notarial brasileira.
 
Salvador (BA) – Neste sábado (09.03) cerca de 250 notários de diferentes regiões do Estado da Bahia se reuniram no hotel Golden Tulip, em Salvador, para acompanhar o II Simpósio Notarial do Estado da Bahia, evento organizado pelo Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), pela Seccional Bahia do CNB, e que marcou o primeiro ano de privatização dos serviços extrajudiciais no Estado, assim como um ano de fundação do CNB-BA. A iniciativa foi patrocinada pela Escriba Informática.
 
Evento contou com a presença de mais de 250 Tabeliães de Notas do Estado da Bahia
 
Entre os assuntos debatidos no encontro estiveram temas como “Os principais aspectos da Lei 11.441/07 e suas aplicações no dia a dia”,“Certificação Digital” e “CENSEC – Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados”. Os participantes do Simpósio participaram ainda da palestra “Atendimento ao Cliente”, ministrada pelo professor Gilberto Cavicchioli. O evento contou com a presença do presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, dos vice-presidentes, Luiz Carlos Weizenmann e Mateus Brandão Machado, além de diversos integrantes da diretoria e representantes das Seccionais do CNB em todo o País.
 
Integrantes da diretoria do CNB-CF e do CNB-BA no evento que marcou o primeiro ano de privatização dos serviços extrajudiciais no Estado
 
Para o presidente do CNB-CF, o primeiro ano de privatização do notariado da Bahia é um marco para a atividade extrajudicial em todo o País. “Estamos construindo uma nova realidade aqui no Estado da Bahia, com o qual tenho fortes raízes, e repito a vocês o que disse um ano atrás, temos a chance de fazer do notariado baiano um bom exemplo para as demais unidades da Federação, quiçá,  um modelo para todo o País”, destacou.
 
Ubiratan Guimarães, presidente do CNB-CF, destacou a oportunidade de desenvolvimento do notariado baiano
 
As longas distâncias entre as principais cidades baianas não impediram que Tabeliães de diferentes regiões do Estado, e até mesmo de outras unidades da Federação comparecessem ao evento. “Este tipo de iniciativa contribui muito com a nossa capacitação, pois estamos em um processo grande de mudança, e cada conhecimento que adquirimos fará uma grande diferença para o usuário”, disse Maria do Desterro Ferreira da Silva, Tabeliã do 1° Ofício de Notas de Barreiras (BA). “Trouxe meus três funcionários para cá e estamos muito satisfeitos com o evento, que trouxe ensinamentos e qualificação para o nosso trabalho”, disse Rosileide Maria de Santana, Tabeliã de Notas do 1° Ofício de São Joaquim da Mata (PE), onde está há 25 anos.
 
Comitiva de São Joaquim da Mata, Pernambuco, esteve presente no evento promovido pelo CNB-CF em Salvador
 
Após a mesa de abertura, coube ao professor Gilberto Cavicchioli abrir os trabalhos do Simpósio, abordando o tema “Atendimento ao Cliente”, em apresentação que contou com ampla participação dos notários presentes, estimulando-os a adotar uma nova visão na prestação de serviços aos usuários. “Vocês estão em um serviço dinâmico, de muita responsabilidade, no qual a qualidade no atendimento ao cliente e o investimento em um serviço diferenciado, que surpreenda o cliente, são os pilares de segurança que sustentam e dão credibilidade ao setor”, disse o palestrante.
 
Gilberto Cavicchiolli mobilizou a plateia durante sua apresentação sobre o tema Atendimento ao Cliente
 
“Cheguei aqui de salto alto e estou saindo de pés no chão”, disse Neuza Maria Arize Passos, registradora de imóveis em Jacobina (BA). “Me dediquei integralmente ao Poder Judiciário durante quase meio século, fazendo tudo o que podia para auxiliar na Comarca, inclusive com atribuições que nem eram minhas e agora, depois de quase 50 anos, viver esta nova fase da privatização, da excelência no atendimento ao usuário, do respeito ao ser humano é indescritível, uma alegria incrível”, disse, emocionada.
 
Participação dos notários e prepostos foi constante durante a apresentação do consultor do CNB-CF
 
Durante sua apresentação, Cavicchioli abordou temas como as três ferramentas da qualidade (brainstorming, 5 por quês e cliente interno), evolução do atendimento ao público, recuperação de clientes insatisfeitos, dicas para fidelização, habilidades de quem atende, 8 mandamentos do bom atendente, evidências físicas da prestação de serviço e local de atendimento.Clique aqui para ver a palestra.
 
Após o almoço coube ao presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, abordar o tema “CENSEC – Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados”, apresentando os principais objetivos que nortearam a criação do mecanismo que concentra atos como escrituras, testamentos e procurações lavrados por notários de todo o País. Após  período inicial de algumas dificuldades, o que é normal para o tamanho do sistema implantado, , já houve  estabilização e já se pode fazer normalmente o encaminhamento das informações especificadas no Provimento n° 18 do Conselho Nacional da Justiça (CNJ).
 
O presidente do CNB-CF, Ubiratan Guimarães, destacou a valorização do notariado por meio da CENSEC
 
“A CENSEC é o começo de uma grande revolução para a atividade notarial, que vai permitir que possamos atender o cidadão com mais rapidez, eficiência e eficácia, uma vez que todos estaremos integrados à mesma base de dados”, disse Ubiratan Guimarães. “No início soubemos compreender as dificuldades e houve flexibilização quanto ao cumprimento dos prazos, pois sabíamos das instabilidades”, explicou. “Agora, com a estabilização do sistema, é importante salientar que não pode haver descumprimento dos prazos para encaminhamento das informações, que são obrigatórias e devem ser remetidas nos prazos estabelecidos pelo CNJ”, alertou.
 
Para a presidente do CNB-BA, Emanuelle Perrotta, o novo sistema será essencial para o desenvolvimento da atividade. “Trata-se de uma grande inovação, e como toda mudança gera um desconforto inicial, mas que já está sendo solucionado pelo CNB e que, por mais que exija um grande esforço inicial, como disse o presidente do CNB-CF, é preciso ter paciência e perseverança, pois é importante para a atividade”, disse.
 
Em sua apresentação, Ubiratan Guimarães falou sobre o histórico da criação das centrais, as razões que levaram à sua rápida implantação, os objetivos do projeto, a composição da central e a definição dos prazos estabelecidos pelo CNJ. “É uma iniciativa de relevância fundamental para a sociedade”, reafirmou. A Tabeliã de Notas de Eunápolis, Rita de Cássia Tavares Leite Andrade já enviou suas informações. “Não tive nenhuma dificuldade para remeter os dados nos prazos”, disse. “Às vezes fica um pouco lento, mas sempre consegui fazer as remessas”, destacou.
 
Rita de Cássia Tavares Leite Andrade, de Eunápolis, fala sobre a facilidade de inserção dos dados na CENSEC
 
Coube ao presidente da Seccional do Paraná (CNB-PR), Ângelo Volpi Neto falar sobre o tema “Certificação Digital”¸ no qual possui larga experiência. Durante sua explanação, Volpi deixou destacado que o notário pratica no mundo eletrônico os mesmos serviços que realiza no “mundo real”, entre eles a conferência e o reconhecimento de documentos, assinaturas e contratos.
 
O palestrante Angelo Volpi Neto, presidente do CNB-PR, desbravou o tema da certificação digital em sua apresentação
 
Iniciando sua explanação nas definições de conceitos do que é documento eletrônico, quais as diferenças entre documentos eletrônicos e digitais, suas características, funcionalidades e utilidades, passando pela legislação que autoriza o funcionamento dos cartórios como órgãos validadores da certificação digital e concluindo com os inovadores serviços que poderão ser realizados pelos notários no mundo virtual, alguns deles já praticados pelo 7° Tabelionato de Notas de Curitiba, onde exerce sua delegação. Clique aqui para ver a palestra.
 
“Acho que este evento do CNB foi ainda melhor do que o do ano passado, pois agora com um ano de titularidade já estamos mais cientes das demandas que temos que superar, da realidade que vivemos e estas apresentações clarearam muito o caminho que temos que seguir”, disse Valdemir Sena Carneiro, Tabelião do 2° Ofício de Notas de Feira de Santana (BA). “Gostei bastante, foi prático, mas sem perder o foco nos debates jurídicos que precisamos ter para que determinadas orientações fiquem gravadas e passem a ser praticadas no Tabelionato”, disse Gildevan Antônio Alves, Tabelião do 3° Ofício de Notas de Feira de Santana (BA).
 
Público compareceu em peso ao II Simpósio de Direito Notarial promovido pelo CNB-CF em parceria com o CNB-BA
 
Para fechar o II Simpósio Notarial da Bahia, o vice-presidente do CNB-CF, Luiz Carlos Weizenmann apresentou o tema “Os principais aspectos da Lei 11.441/07 e suas aplicações no dia a dia”, onde abordou os principais aspectos relacionados à escritura pública de inventários, tais como quando há testamento de interessado incapaz, nomeação de inventariante, retificação, incidência de união estável e meação do companheiro, representação, inventário negativo, condomínio entre os herdeiros, renúncia de herança e de meação. Ao final, falou também sobre a escritura de divórcio. Clique aqui para ver a palestra.
 
Luiz Carlos Weizenmann, vice-presidente do CNB-CF, falou sobre a lei 11.441/07 em palestra com diversas intervenções da plateia
 
“O notariado da Bahia vive uma nova realidade, tendo que se adaptar a algumas mudanças nas legislações e nos serviços que prestamos que requerem um estudo continuado aliado à prática nos Tabelionatos, o que só virá com muito treinamento e capacitação”, disse Weizenmann, para quem será necessário um novo evento para a abordagem completa do tema Sucessões.
 
Último apresentação contou com forte interação da plateia que esclareceu diversas dúvidas sobre o tema
 
Para Emília Kátia Miranda Teles Midlej, que antes era a única funcionária do 2° Ofício de Notas de Itabuna (BA) e hoje coordena uma equipe de oito colaboradores, o evento notarial já se tornou uma marca para a atividade extrajudicial na Bahia. “Acaba sendo uma chance única de termos várias dúvidas esclarecidas e termos contato com pessoas que há muito tempo já atuam na área”, disse a Tabeliã. “Com muito esforço e dedicação conseguimos estruturar nossas serventias nesta fase de transição e o conhecimento jurídico aliado à prática de pessoas mais experientes no serviço privado só farão engrandecer o notariado da Bahia”, concluiu a Tabeliã.
 
Fonte: Assessoria de Imprena do CNB-CF
Atualizada em 12/03/1

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